quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Convite: plenária dos movimentos sociais sobre a denúncia apresentada pelo Ministério Público contra 72 estudantes da USP


A denúncia apresentada pelo Ministério Público de São Paulo à Justiça no dia 5 de fevereiro, que acusa os 72 estudantes e trabalhadores da USP, que foram detidos durante a violenta reintegração de posse do prédio da reitoria em 2011, de danos ao patrimônio público, pichação, desobediência judicial e formação de quadrilha é mais um fato absurdo, na lista de arbitrariedade contra aqueles que lutam.
Um dos principais problemas existentes hoje na USP é a falta de democracia na gestão da universidade, expressa hoje pelo atual reitor João Grandino Rodas. O convênio assinado com a polícia militar não foi em nenhum momento debatido junto à comunidade universitária e não solucionou o problema da falta de segurança que até hoje permanece dentro da Cidade Universitária.
É essa falta de democracia que gera indignação, pois, temos, cada vez menos, liberdade de pensar ou fazer diferente. Opinião política tem se tornado crime e estudante bandido. Nesse sentido, é preciso destacar que a USP é uma das universidades mais antidemocráticas, mantendo resquícios dos tempos da ditadura. Não podemos aceitar como natural tantos desmandos. Estudantes, professores e funcionários reivindicando seus direitos não é crime!
Ainda mais quando contamos com um cenário em que se debate a instalação de uma Comissão da Verdade da USP, que investigará os crimes da ditadura do Brasil nos quais a Universidade teve participação, é preciso, de uma vez por todas, conquistar espaços democráticos na Universidade de São Paulo e isso começa por não termos nenhuma punição.
E essa perseguição dentro da USP é só um aspecto da guerra que o governo de São Paulo declarou aos movimentos sociais. São vários os exemplos; há um ano, com muita violência, foi desocupado o terreno do Pinheirinho, o sindicato de metroviários da cidade de São Paulo foi multado em milhares de reais por ter feito uma greve, que é um direito constitucional. Isso tudo, porque a situação social, dentro e fora da USP se agrava, as condições de saúde, transporte, emprego, educação estão cada vez piores e os que resistem à essas investidas do governo estão sendo calados à força.
Diante desse cenário, no qual a repressão, as punições de 5 a 15 dias de suspensão a trabalhadores e estudantes, sindicâncias e os processos são os melhores argumentos contra os que contestam a ordem, convocamos todos os ativistas, movimentos sociais e entidades que têm como parte de suas batalhas diárias a bandeira de combate à criminalização dos que lutam que participem de uma plenária no dia 20 de fevereiro, às 18h, na sede do DCE-Livre da USP, para que, com iniciativas em conjunto, possamos responder à altura aos abusos dessa denúncia do MP contra os estudantes e funcionários da USP.

Assinam essa convocatória DCE-livre da USP e SINTUSP

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